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terça-feira, 13 de outubro de 2015

Antonina + Camboa Capela Hotel + Ruído/mm

Eu disse uma vez que as cidades mais bacanas do Litoral do Paraná eram as que não tinham praias. Falava de Morretes e Antonina. Não sei se ainda penso assim. Guaratuba é linda, Matinhos tem muita coisa boa, assim como Pontal do Paraná. Paranaguá nem se fala, além da história e da cultura, tem a Ilha do Mel….

Bom, sem disputas ou superlativos tudo fica mais fácil, não é?

Panorâmica da baía vista da piscina do Hotel
E para a retomada do blog, abrindo os trabalhos para temporada 2015/16, fomos a Antonina. 

Com menos de 20 mil habitantes e mais de 300 anos de história, Antonina é cheia de personalidade. Situada à beira da Baía de Paranaguá, a cidade tem o porto que movimenta a economia, tem um belo conjunto arquitetônico de casarões coloniais, além da deliciosa gastronomia com o barreado e muitos frutos do mar.



Já falamos do Recanto do Rio do Nunes no ano passado. Desta vez, fomos conhecer o Camboa Capela Hotel e curtir um show da banda curitibana Ruído/mm.


Não costumo falar muito de estabelecimentos comerciais, mas o Camboa Capela é bem mais que isso, é uma experiência cultural. O complexo do hotel abriga algumas construções de épocas diferentes, com um casarão colonial na frente, um prédio mais moderno no meio, e mais um salão dentro das ruínas de uma construção do século XVIII. 

O despojamento na arquitetura aliado à riqueza de detalhes nos ornamentos tornam todas as áreas muito simpáticas e aconchegantes. A decoração tem grandes rodas de madeira usadas em antigos engenhos de farinha, bastante artesanato local, belas fotos, pinturas, mapas, etc. Isso sem falar nos jardins e na mobília. Duas piscinas, uma aquecida e outra com bar molhado completam a área de lazer com vista para a Baía de Antonina.


O Camboa Capela de Antonina é gerenciado por Marcos Maranhão, que também é o responsável pela agenda de shows e exposições. Aí que entra o Ruído/mm, atração musical do domingo, dia 11/10. Mais do que um empresário, Marcos é um agitador cultural que abre espaço para a música independente aliando bom gosto e simpatia.



O show do Ruído/mm foi no salão das ruínas, ao lado da piscina, e teve um excelente público. O detalhe “fofo” foi a primeira fila ocupada por crianças, alguns deles filhos dos integrantes da banda. 

A banda, como o nome sugere, é bem experimental, fazendo um rock instrumental entre progressivo, psicodélico e shoegaze; isso sem falar nas referências ao velho oeste de Ennio Morricone. Imagine Violeta de Outono, Pink Floyd e Sonic Youth fazendo trilha para filmes do Sergio Leone…



Bom, tudo isso pode soar estranho, mas quem viu ficou hipnotizado, inclusive as crianças que festaram a valer. Foi uma comoção, com direito a bis!



E nem a chuva atrapalhou o fim de semana com feriado na bela Antonina. Para encerrar, no dia das crianças, teve apresentação de teatro de bonecos no coreto da praça, com um espetáculo encenado por Ruddy K Castillo Rojas; também organizada pelo Marcos Maranhão. 

Nos despedimos querendo voltar logo. Super recomendo!

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Uma Casa para o Fandango em Paranaguá


O Mestre Fandangueiro Aorélio Domingues afirma que o Fandango em Paranaguá está com os dias contados, e teria uma sobrevida de uns cinco anos. O cálculo é baseado na idade avançada dos mestres locais (exceto ele) e na dificuldade de se formar novos mestres.

O Fandango não é só um ritmo ou um estilo musical. O Fandango exige instrumentos próprios, específicos. Os mestres fabricam os próprios instrumentos e também as tamancas para o batido. Por tudo isso, não se forma um mestre fandangueiro de um dia para o outro.


Em um baile no Mercado do Café ano passado, os quatro grupos de fandango da cidade se apresentaram na mesma noite. Mas quem tocou rabeca nos quatro grupos foi o Mestre Zeca. Além dele, são poucos que têm essa habilidade. Naquela noite, só tinha ele.

Em Superagui, o último mestre morreu há duas semanas. Não há quem dê continuidade à tradição por lá.


O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) concedeu ao Fandango o título de Patrimônio Imaterial do Brasil, por se tratar de um conjunto de saberes e fazeres únicos em nossa cultura.


Para “salvar” o Fandango de Paranaguá, os mestres defendem a organização e manutenção de uma casa, uma espécie de conservatório para o Fandango. O Prefeito Edison Kersten já se comprometeu com essa demanda, e no último dia 17/06, a Fundação Municipal de Cultura (Fumcul) fez uma reunião com os grupos de fandango para discutir a construção da casa.

Segundo a proposta, a casa será construída na Ilha de Valadares, que é onde se concentram a maioria dos grupos e moram os mestres. Mas ainda seria algo distante, para o médio prazo, coisa de anos.

Mas a ideia avançou e a Prefeitura ofereceu um casarão no Centro Histórico que vai se tornar a Casa do Fandango já. A Casa Dacheux, situada no Largo da Matriz, ao lado da Casa Monsenhor Celso foi restaurada pelo Iphan em 2010 e pertence ao município, mas vinha sendo usado somente como depósito.

O funcionamento da Casa ainda está sendo definido, mas já neste sábado (27/06) haverá um baile de fandango, que servirá como pré-inauguração, uma espécie de teste para a Casa.


O baile será animado pelo Grupo Mandicuera, começa às 22 horas e terá entrada livre.

Quando se fala em “salvar” o Fandango, muita gente pode pensar que é algo pitoresco, folclórico, como aquelas danças típicas que eram ensinadas nas escolas; mas é muito mais que isso. Mesmo com a carência de mestres, o Fandango faz parte da vida e dos costumes de muita gente em Paranaguá e no litoral. É como o barreado ou o carnaval.

Os bailes quinzenais promovidos pela Fumcul costumam lotar com gente de todas as idades. Um grupo de fandango congrega dezenas de pessoas, desde os mestres aos batedores.

O Fandango é vida e está vivo (ainda).

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Barra de Ararapira

Já registramos aqui no Balanço da Canoa o ponto extremo ao sul do Litoral do Paraná que é a Barra do Saí, na divisa com Santa Catarina. Agora é a vez do norte!


A Barra de Ararapira é o ponto extremo ao norte do Litoral do Paraná. Pertence ao município de Guaraqueçaba e fica na Ilha de Superagui, no outro extremo em relação à Vila de Superagui.

A vila de pescadores da Barra da Ararapira fica à margem do canal que separa o Paraná de São Paulo e tem cerca de duzentos moradores. Não há acesso por estradas, o mar é a estrada; mas nem barcos regulares atendem a localidade.


Da Vila é possível avistar a Ilha do Cardoso (SP) e as ondas do mar aberto no final da praia deserta de Superagui. A beleza, harmonia e tranquilidade do lugar é impressionante.

Fomos em um barco fretado pelo Grupo Mandicuera. Todos os anos eles fazem a Romaria com as Bandeiras do Divino Espirito Santo pelas vilas da baía de Paranaguá. Então eles começam lá na Barra da Ararapira e vem voltando, visitando casa por casa em dezenas de localidades, numa romaria que demora cerca de um mês.


A hospedagem na Barra da Ararapira é na casa dos pescadores. O atendimento é ótimo e o conforto é mais que suficiente. Mas não há telefone, sinal de celular ou internet, e a gente fica obrigado a curtir o lugar (ô dó!). A eletricidade é fornecida por painéis solares ou por geradores, quando necessário. A água vem de uma cachoeira no centro da ilha de Superagui. Os peixes são frescos, a cataia nasce por lá mesmo, então...

Fora algum barco fretado (que não custa barato), o jeito mais fácil de chegar lá deve ser por Ariri, que é a localidade mais próxima com acesso por estrada, mas é por São Paulo...

Penso que uma linha regular de barcos ligando Cananéia (SP) a Paranaguá ajudaria muito no desenvolvimento da Baia e de suas localidades, que são muitas e cheias de atrações.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Festival de Música do Litoral nesta semana

A Fundação Municipal de Cultura (Fumcul) de Paranaguá divulga a programação do Festival de Música do Litoral (Femul), que acontece nos dias 5, 6 e 7 de setembro e deve movimentar a cena musical dos municípios litorâneos. Recentemente, a Fumcul realizou um concurso para eleger algumas canções que serão executadas durante o Festival. Foram 51 músicas inscritas e 30 selecionadas para o Festival.

A programação preparada pela Fumcul conta com a disputa das 30 canções e com apresentações musicais variadas. Todas as atrações se apresentam no Teatro Rachel Costa. A entrada é franca.

Confira a programação completa do Femul 2014: 

Sexta-feira (05/09) 
19h – DJ Caio Mendes – Música Eletrônica.
19h50 – Apresentação das 15 músicas – primeira semifinal.
22h – Banda Magnific Jah – (Encerramento do primeiro dia).

Sábado (06/09) 
19h – Apresentação das 15 músicas – segunda semifinal.
22h – Apresentação Guilherme Costa e Banda.
22h50 – Anúncio das 15 músicas finalistas.

Domingo (07/09) 
19h – Apresentação do cantor Aroldo Amer e Banda.
19h50 – Apresentação das 15 músicas finalistas.
22h – Apresentação da Banda ‘Na Tocaia’. Homenagem ao músico parnanguara Endrigo Bettega.
22h50 – Encerramento – Resultado Final e Premiação do Femul 2014.