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sábado, 24 de junho de 2017

Uma viola caiçara e uma tainha recheada (de polêmica)

Fiquei quase um mês sem escrever aqui no blog... Tanta coisa acontecendo e, às vezes, parece que é melhor calar pra não engasgar, né? Mas, me pediram para escrever sobre a polêmica em torno do show do Luan Santana na abertura da Festa da Tainha, então lá vai... 




Li dia desses que a banda Charlie Brown Jr. foi atração de uma Festa da Tainha quando Mario Roque era vivo e ocupava o posto de prefeito da nossa Paris (naguá). O também falecido Chorão (cantor) teria homenageado o pai do Marcelo e do Marquinhos falando que um prefeito chamado “Roque” era perfeito pro "Rock", algo assim… Depois que publiquei o texto, Abdul Assaf me corrigiu dizendo que a banda nesse episódio foi a Tijuana ... aquela de "Tropa de elite", enfim. 

Pensei que trazer shows de grande projeção com artistas populares é meio que uma tradição. Vim morar aqui já sob a gestão do Dr. Edison, e teve Thiaguinho e também aquela mineira… Paula Fernandes. Alguns nomes parecem pobres vistos sob a luz do tempo, mas no momento em que vieram eram “top”; ou seja, era o que havia de maior sucesso no Faustão ou Gugu, Glu Glu… (sei lá).

Mas eu não sou contra, não vejo problemas em se trazer o Luan Santana pra tocar de graça na praça. Só ontem entendi que o outro show que está planejado (e pago de graça) é do Leonardo, “aquele, irmão do falecido Leandro...” aaaaahhhhhh, bão, “bão tamém!”

Tamém não vejo problema em se presentear cada um desses caras com uma viola do Fandango, muito pelo contrário. O problema é: por que diabos não tem um grupo de fandango abrindo os shows desses caras, participando, fazendo jam, tocando junto? Enfim, por que diabos não tem uns mestres naquela foto pra dar uma viola e ensinar pro Luan Santana como se usa??? Aposto que ele ia gostar.

Quando o Marcos Maranhão trouxe a banda Deltas de Recife (PE) pra tocar no Heros (Bar do Celso) a nossa primeira reação foi levar os caras pra almoçar no dia seguinte na Associação Mandicuera. Os Deltas usam rabecas e mesclam música tradicional do nordeste com blues… Babaram com o sabor do Barreado e com o Zeca e o Aorélio mostrando o Fandango vivo! Pois é! Pois então!

Pois, prefeito, parece que seu falecido pai sabia que o Fandango não é uma tainha que se pesca em mar revolto; que se joga uma rede e puxa e vem cheia de tamancas, rabecas, adulfos, violas e, às vezes, pesca uns mestres velhinhos junto… Não, prefeito, não é! Fandango não é tainha que dá no mar da Ilha do Mel. Infelizmente.

Nem a cultura do povo se resolve com discurso. Tem que ter diálogo e disposição de fazer e investir. O retorno é garantido e o valor investido, garanto que será bem menos do que o “nada” que foi gasto pra trazer o Luan Santana e o Leonardo.

Não preciso nem falar que esses shows são pra lá de suspeitos… Estive em Eufrasina nessa sexta-feira (ô lugar bonito!) e já tá na boca do pessoal que esses shows são pagos a preço de sangue do povo… Ninguém é tão idiota a ponto de acreditar que algum empresário bonzinho pensou que tava com dinheiro demais e resolveu “doar” esses… sei lá… quatrocentos mil reais para os bagrinhos curtirem com tainha e cataia.

Diferente da maioria da população, eu não sou contra usar dinheiro público para bancar shows ou eventos assim. A alegria do povo não tem preço.

O que eu sou contra é a mentira, a desfaçatez, e o ódio gratuito que essa gestão alimenta. Isso, ninguém merece. Ninguém quer.

Ninguém engole essa tainha a seco!

Veja o que o Aorélio Domingues, mestre fandangueiro, diz sobre essa polêmica. 

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Festa Tainha em Paranaguá



No começo dos anos 80, duas enchentes causaram uma grandes tragédias no Vale do Rio Itajaí, atingindo de maneira dramática a cidade de Blumenau (SC). Mais da metade da cidade ficou semanas debaixo d’água. Dezenas de pessoas morreram. Muitos perderam tudo que tinham.

Ao final das cheias, era preciso reconstruir a cidade e as vidas; mas também era preciso animar as pessoas para que eles conseguissem enfrentar a realidade. Dessa tragédia nasceu a Oktoberfest catarinense, uma das maiores festas populares do país.

Escrevo isso porque Paranaguá ficou deprimida com a epidemia de Dengue. Não teve carnaval, os bailes de fandango só começaram depois da Páscoa, os restaurantes ficaram vazios, o aquário quase fechou… Tudo por causa do maldito mosquito.

Eu mesmo tive a doença e reconheço que é difícil. Os sintomas são horríveis e demoram muito a passar. Mas passou. O frio chegou e a dengue passou. Deixo aqui meus sentimentos aos familiares e amigos das vítimas fatais.

A Prefeitura de Paranaguá devia seguir o exemplo de Blumenau e fazer da Festa da Tainha um momento para o povo parnanguara levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima, como manda o samba de Paulo Vanzolini.

Fomos à abertura da festa na noite de ontem (23), mas o equipamento atrasou e a abertura ficou para hoje. Deu para ter uma ideia de como será a festa. Serão 14 bancas servindo a Tainha e outros frutos do mar. Isso é um pouco menos que nos anos anteriores, mas não muito.

O cardápio é padronizado e plotado nas mesas da festa.


Como já é tradicional, as bancas são organizadas por comunidades de pescadores, cada uma identificada na fachada. Os preços estão razoáveis, sofreram um pequeno reajuste em relação ao ano passado, mas não são proibitivos.

No mais a organização está parecida com a das edições anteriores, o que é muito bom. A programação de shows musicais está bacana, só faltou o Fandando, né?

Resumindo, vale muito a pena vir, escolher uma mesa e saborear uma tainha. Minha sugestão é a Cambira, que fica dias pendurada na churrasqueira defumando. Mas também tem a recheada, no caldo, com molho branco ou parmegiana. Além das tainhas, há ostras e camarões. Tudo sempre muito bem preparado, com muita higiene e cuidado.

Além disso, o Aquário está com os ingressos mais baratos, completando um belo passeio para quem vem de fora, ou está com a família.

Confira a programação de shows: