sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Mandicuera leva Fandango Caiçara e Folia do Divino Paraná adentro

Serão nove apresentações em sete cidades


Foto de Daniel Castellano.
A Associação Mandicuera de Cultura Popular dá início neste sábado (25) a um grande giro pelo Estado do Paraná para divulgar o Fandango Caiçara e as Folias do Divino Espirito Santo. Serão cinco apresentações de Fandango nas cidades de Umuarama, Ponta Grossa, Guarapuava, Pato Branco e Curitiba. E mais três apresentações da Folia do Divino, em conjunto com a Folia de Guaratuba, nas cidades de Londrina, Ponta Grossa e Curitiba.

As apresentações pelo interior e capital foram viabilizadas pelo Prêmio Arte Paraná, da Secretaria de Cultura do Governo do Estado.

Nas apresentações de Fandango, Mestre Aorélio Domingues e o Grupo Mandiuera divulgarão o recém lançado CD “Amanhece – Fandango Caiçara”. Quem conhece o trabalho do Mestre Aorélio sabe que não se trata de “fazer folclore" ou de "resgatar" tradições antigas. Para eles, e para o público fiel desse gênero musical, o Fandango (ainda) não é atração de museu.

No CD Amanhece foram registradas modas tradicionais, de domínio público; mas também há modas atuais compostas por Aorélio em parcerias diversas; reforçando a vitalidade do ritmo. Há no disco também o registro de outras manifestações da Cultura Caiçara, como o Boi de Mamão e a Folia do Divino Espírito Santo.

Aorélio não recria nem reinventa o Fandango. Não há misturas mirabolantes com outros ritmos. Não é samba-rock ou manguebeat, é Fandango. Mas é novo.

Ouvindo o CD é possível perceber que "a novidade" pode ter mais de 500 anos e continuar relevante. O Fandango é um dos ritmos mais antigos do Brasil, não é por acaso que ele continua vivo.

Nas Folias do Divino Espírito Santo, as apresentações serão conjuntas da Folia de Paranaguá com a Folia de Guaratuba. Ambas têm tradição de mais de dois séculos e fazem anualmente a Romaria do Divino por todo o litoral do Paraná. Foram passadas oralmente de geração em geração até os dias atuais e possuem a musicalidade própria do povo Caiçara, preservando características medievais, que as diferem do restante do Brasil.


 As Folias do Litoral do Paraná são formadas por três vozes: Tenor, Mestre e Tipe. Os instrumentos tocados são a viola, a caixa e a rabeca. Na equipe da folia há também dois Alferes que carregam as bandeiras do Espírito Santo e da Trindade. Os versos das músicas são improvisados e cada música varia de 5 a 30 minutos, dependendo do improviso do Mestre.

A Folia de Guaratuba vem sendo organizada há mais de 250 anos pelas mesmas famílias. Acontece todos os anos iniciando depois da Páscoa até o mês de julho, quando acontece a Festa do Divino da cidade. A bandeira é levada pelos foliões de casa em casa onde cantam e tocam em louvor ao Divino. A bandeira percorre a comunidade caiçara da região de Guaratuba, Garuva (SC), Matinhos e Colônias de Paranaguá.

A Folia de Paranaguá também remonta há mais de 200 anos, e conta atualmente com a condução do Mestre Aorélio Domingues. Ele vem agregando diversos foliões através da Orquestra Rabecônica do Brasil e de ações da Associação Mandicuera de Cultura Popular dentro das comunidades. A folia de Paranaguá sai logo após a Páscoa da Ilha dos Valadares e percorre as baías de Paranaguá, Guaraqueçaba e Cananéia, além de Antonina e Curitiba.

A ideia de unir as bandeiras em apresentação conjunta surgiu no primeiro encontro na Festa do Fandango em Guaraqueçaba no ano de 2008. As bandeiras se encontraram novamente em 2013 na Festa do Divino da Ilha dos Valadares.

Expectativa

Para o Mestre Aorélio, a expectativa com essa viagem é ajudar o povo paranaense a conhecer uma parte importante da cultura de seu próprio Estado. "O Paraná é muito divido culturalmente. O Sul Gaúcho, o Centro e o Norte Caipira e o Litoral Caiçara; nosso Estado tem essas divisões bem marcadas da Cultura Brasileira, então é difícil que o Fandango seja o ritmo de todo o Estado do Paraná.”

“O Fandango já esteve presente e forte no Oeste, nos Campos Gerais, na Capital, mas com o passar do tempo, com a vinda de outros povos, restringiu-se ao Litoral. Então a expectativa é que os paranaenses possam conhecer uma faceta da cultura tradicional do nosso Estado; pois, por causa da diversidade cultural, nosso povo tem dificuldade de reconhecer sua própria cultura”, Concluiu.

Confira as datas e locais das apresentações: 

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Teatro de bonecos “Peixe Morto” estreia segunda-feira no FESTPAR

Espetáculo é resultado do Projeto Manipular que oferta oficinas de criação e manipulação de bonecos para teatro.


A Companhia de Teatro de Bonecos La Polilla estreia na segunda-feira, dia 20, a peça “Peixe Morto”. A apresentação será no Teatro Rachel Costa às 14:30 horas como parte da programação do 8º FESTPAR - Festival de Teatro de Paranaguá. Já nos dia 25 e 26, sábado e domingo, a peça será apresentada em Curitiba no Teatro de Bonecos Dr. Botica, no Shopping Estação, em três sessões: às 13, 15 e 17 horas.

A peça “Peixe Morto” é mais um fruto do Projeto Manipular que proporciona oficinas de criação e manipulação de bonecos para teatro em Paranaguá. Em atividade há 3 anos, o Projeto Manipular já rendeu bons frutos como a peça Gaiolas, escrita por Rogério Soares, baseada em um poema de Mario Quintana e encenada pelos instrutores e aprendizes do projeto. Além disso, o Manipular realiza performances com marionetes e bonecos de luva em feiras, escolas e espaços alternativos de Paranaguá.

O projeto é patrocinado pelo Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (PROFICE) da Secretaria de Estado da Cultura do Governo do Estado do Paraná. Também conta com o apoio da Prefeitura Municipal do Paranaguá que contribui com o local e a estrutura para a realização das oficinas.

O texto do espetáculo Peixe Morto foi escrito e gravado por Rogério Soares. Ele foi inspirado na moda de Fandango “Dinheiro do Peixe Morto” do mestre fandangueiro Aorélio Domingues.

Tendo a cidade de Paranaguá como pano de fundo, a peça conta a história de Zairinho, um pescador caiçara que, ao sair para pescar, enfrenta uma tempestade e naufraga. Desacordado, ele vai parar numa praia, mas logo é capturado por um empresário inescrupuloso que quer vendê-lo como uma espécie rara de peixe.

A peça foi concebida especialmente para o Projeto Manipular. Os bonecos e adereços foram confeccionados pelos alunos do Projeto, com supervisão dos oficineiros Líli Sarraf e Ruddy Castillo. A narração é de Rogério Soares com a participação especial de Nayara Soares fazendo a voz da Sereia Gracirene.

Serviço: Teatro de Bonecos “Peixe Morto

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Exposi-AÇÃO abre dia 6 com obras dos alunos das oficinas da Secultur

Foto de Ari Wagner Coelho, da Oficina de Fotografia.

Será na próxima segunda-feira, dia 06 de novembro, a abertura da Exposi-AÇÃO, mostra da produção dos alunos das oficinas culturais da Secretaria de Cultura e Turismo de Paranaguá.

O evento terá início às 19 horas na Casa Monsenhor Celso. A mostra se estenderá durante todo o mês de novembro e contará com exposição de Pintura, Fotografia e Artesanato; e apresentações de Teatro, Música, Dança, Fandango, Capoeira e Grafite.

A Casa Monsenhor Celso vai abrigar as exposições de Pintura e Fotografia. A Pintura tem como oficineiro Dimanche Koslosk que já desenvolve essa oficina há anos e conta com dezenas de aprendizes. Ele desenvolveu uma técnica própria de pintura com relevo que é sua marca.

Já a Fotografia, com o oficineiro Ivanovick, está na primeira turma, mas já mostra bons resultados que poderão ser conferidos na exposição.

A atual fase das oficinas iniciou em julho deste ano. A extinção da Fundação Municipal de Cultura e a publicação de um Edital próprio pela Prefeitura para a contratação dos oficineiros criaram uma série de desafios, mas colocaram o trabalho dos artistas em um novo patamar.

Ainda existem dificuldades de estrutura e atrasos nos pagamentos dos oficineiros, mas os gestores do setor demonstram vontade de superar os desafios e criar condições para que a cultura e a arte tenham espaço e condições de proliferar em Paranaguá.

Vale a pena conferir!



Leia a seguir a matéria publicada pela Prefeitura de Paranaguá: