domingo, 15 de maio de 2016

Conexão Blues − Litoral

O bluesman americano Tail Dragger no show em Paranaguá. 
Confesso que o Blues não é o tipo de música que mais ouço. Antes do lamento dos negros dos EUA, eu estou mais próximo do rock pós punk, new wave, samba e até mesmo da música caipira. Nada contra os States, muito menos os negros… Talvez, como estabeleceu Belchior, sou latino americano e “por força desse destino, um tango argentino me cai nem melhor que um blues”. Ops, Argentino? A gente chega lá.

É que teve esse evento, o II Antonina Blues Festival, entre 21 e 23 de abril. Antonina é linda e muito agradável mesmo com o calor, então fomos. Foram diversos shows, começando à tarde e avançando pela noite. Todos gratuitos, todos muito bons.

Marcus Ussan e Banda abriram o Festival.
Teve os curitibanos Marcos Ussan, Davi Henn, Red Floor Blues Band, Red Foot, Lucian AraujoTony Caster & The Black Mouth Dogs, Lucas Sgreccia And The Old Dogs e o Lendário Chucrobillyman. Diego Nicolay veio de São Paulo; e os Jelly Roll Boys vieram da Argentina. Todos fizeram seus shows e vários deles acabaram colaborando em Jams sensacionais.

O Lendário Chucrobillyman tocando na Cantina Casa Verde. 
Davi Henn e o Lendário Chucrobillyman tocam no formato de “one man band”, se bem que Henn teve acompanhamento de um baixista tocando um baixo(!) feito de papelão com cordas de roçadeira (foto abaixo). Diego Nicolay também faz show sozinho, com violão e gaita de boca. Os outros todos são bandas. Todos show muito bacanas.

Davi Henn acompanhado do baixista com um instrumento "feito em casa". 
O clima ajudou e a alegria contagiou as ruas da pequena e bela Antonina. O festival foi organizado pelo empresário Marcos Maranhão, que gerencia o belo Hotel Camboa, que também abrigou alguns dos shows no bar do hotel e no mezanino ao lado da piscina. Além do Camboa, outros estabelecimentos ajudaram a bancar o festival, e receberam shows, como a Cantina Casa Verde e o Restaurante Brisa do Mar.



Além dos estabelecimentos da cidade, desceram alguns comércios sobre rodas, chamados food-trucks. Destaque para o Mississipi on Fire com comida do sul dos EUA, e o Sebo-Móvel On The Road, com discos, livros e assemelhados. Teve a barraca com Chopp da Ozean também, que já é um clássico do Litoral.

A cidade vizinha, Morretes, fez um festival semelhante ano passado, só que de Jazz. Também foi fantástico. Eventos assim são um incentivo a mais para atrair turistas a essas duas belas cidades do nosso litoral.

Menos de um mês depois do festival em Antonina, no dia 7 de maio, o Marcos Maranhão organizou outro evento genial trazendo o bluesman americano Trail Dragger para tocar no Hotel Camboa de Paranaguá. A banda Trom abriu a noite com um show fantástico, e como banda de Tail, vieram os argentinos The Jelly Roll Boys.

Na tarde antes do show, rolou ainda um passeio de barco na Baía de Paranaguá, com direito a chop artesanal da Ozean.

A banda Trom abriu com rocks clássicos, blues e canções próprias. Eles são bem conhecidos na cena local e fazem um som de primeira, ao mesmo tempo suave e potente. A performance do vocal Luiz Marcelo foi memorável.


Em seguida, subiram ao palco os argentinos do Jelly Roll Boys que foram preparando o terreno para a atração principal.


Tail Dragger, nome de guerra de James Yancy Jones, é um bluesman de Chicago, com mais de 70 anos de idade. Discípulo de Howlin' Wolf, que lhe deu o nome artístico, Dragger tem uma voz potente e áspera; muito marcante, perfeita para blues.


Ele fez uma parte do show sentado em uma cadeira no palco, e a outra parte metido no meio do público. Muito simpático, o “negão” tirou mulheres para dançar, e cantou diversas músicas como se estivesse conversando com alguém na plateia; sentado mesmo, ao lado ou na frente do interlocutor.


Apesar da natureza triste da maioria das canções, o show foi em altíssimo astral. É como se a tristeza fosse um pretexto para unir as pessoas e superar as adversidades. Foi uma noite fantástica. Quem presenciou não vai esquecer.

Marcos Maranhão agora cogita produzir mais shows em Paranaguá, talvez durante o inverno. No ano que vem, o Antonina Blues Festival deverá se repetir e crescer. Outros bluesmen podem aportar pelo litoral nos próximos meses…

Perguntei a ele por que o Blues, e quais os planos para mais shows, ele ficou de me responder... Quando vier a resposta eu faço uma nova postagem.

Mais fotos do Festival e do Show do Tail Dragger na página Balanço da Canoa no Facebook. 

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